Na sexta-feira (8), celebramos o Dia Internacional da Mulher. É dia importante para marcar as ações e reflexões sobre a luta pelos direitos das mulheres em relação a igualdade de oportunidades, direitos reprodutivos e combate a violência contra a mulher.
Neste contexto, a ciência revela desigualdades entre homens e mulheres também em relação a problemas de saúde mental. Sabe-se que mulheres apresentam taxas mais elevadas de problemas como depressão e ansiedade.
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Além disso, problemas que comummente afetam mais meninos, como o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), trazem proporcionalmente mais prejuízos ao longo da vida quando ocorrem em meninas. As raízes destas disparidades residem em diversos fatores. Recentemente, as pesquisas revelam um papel importante do ambiente social em que se vive.
Uma boa parte da razão pela qual as mulheres têm maiores taxas de ansiedade e depressão reside no fato de que sofrem mais abuso, violência e estresse, tanto em casa quanto no trabalho, e não tanto por razões biológicas. Estudos recentes feitos nos EUA mostram que há aumento de mortalidade entre mulheres quando há restrição de seus direitos reprodutivos e quando há armas em casa.
Outros estudos já mostram que mulheres que não sofreram violência ou abusos quando criança, possuem taxas de depressão e ansiedade semelhantes aos homens. Ao reconhecermos essas questões, podemos lidar com elas e avançar na promoção de um ambiente propício para a saúde mental da sociedade de uma forma geral.
A solução para a redução destes problemas certamente não é simples. Como exemplo, podemos citar os problemas de saúde mental que podem ocorrer com a chegada de um filho. Neste caso, uma discussão pertinente é sobre o aumento do tempo de licença paternidade remunerada, para que o cônjuge também possa cuidar de um recém-nascido. Isso pode trazer alívio na carga de trabalho usualmente relegada às mães neste momento da vida de uma família.
Portanto, as questões lembradas pelo Dia Internacional da Mulher são causas de todos e exigem ideias sólidas para que estes objetivos sejam alcançados.
Eletroconvulsoterapia
O documentário Holocausto Brasileiro, de 2016, foi disponibilizado recentemente por um canal de streaming. Baseado em livro de mesmo nome, os fatos relatados remetem aos atrozes maus-tratos infligidos aos pacientes por vários anos no Hospital Colônia de Barbacena.
Neste relato, é demonstrado o uso inadequado da eletroconvulsoterapia (ECT), onde era usada também como método de tortura. No entanto, a tragédia passada não deve eclipsar o papel positivo da ECT. Esta intervenção é altamente eficaz para o tratamento de depressão grave, transtorno bipolar, esquizofrenia e catatonia. A forma correta de sua aplicação exige anestesia e cuidados com o bem-estar do paciente.
Embora o histórico do uso inadequado desse método seja sombrio, é imperativo reconhecer que a ECT, quando administrada de maneira correta, traz resultados com grande efeito terapêutico, sendo muitas vezes o único recurso para pacientes com transtornos mentais graves.